A Velha Ameixeira




Colapso, ascensão ou?

O Velho Tronco e a Primavera
Lama Padma Samten



O significado do velho tronco

“Esse título que relaciona o velho tronco com a primavera é um título desafiador, é uma imagem que o grande Mestre Dogen do Soto Zen usa. Eu acho uma imagem muito feliz, especialmente neste tempo em que nós falamos de transição. A transição não é um fenômeno individual, é um fenômeno coletivo. E essa abordagem coletiva não é uma abordagem muito fácil. De modo geral, quando nós trabalhamos as questões espirituais, nós trabalhamos as questões de transformação interna, e as questões externas são trabalhadas muitas vezes de uma forma difícil.”



(...)
“A velha ameixeira se abre”

“A velha ameixeira de que se fala aqui é indelimitada. De uma só vez, suas flores se abrem e de si mesmo o fruto nasce. Ela forma a primavera, ela forma o inverno. Ela desperta vento selvagem e chuva tempestuosa.

Ela é a cabeça de um monge vestido de remendos, é o globo ocular de um antigo buda. Ela se torna relva e árvores, ela se torna pura fragrância. Sua rápida transformação rodopiante e miraculosa não tem limites.

Além disso, a arboridade da grande terra, do elevado céu, do sol brilhante e da clara lua derivam da arboridade da velha ameixeira. Eles sempre estiveram entrelaçados, videira com videira.

Quando a velha ameixeira se abre de repente, surge o mundo das flores desabrochando. No momento em que surge o mundo das flores desabrochando, a primavera chega.

Há uma única flor que abre cinco pétalas. Neste momento de uma única flor, há três, quatro e cinco flores, centenas, milhares, miríades, bilhões de flores — flores incontáveis.

Essas florações são não-envaidecidas de um, dois ou incontáveis ramos da velha ameixeira. Uma flor de udumbara e flores de lótus azul também são um ou dois ramos das flores da velha ameixeira. Florescer é a oferenda da velha ameixeira.”


Eihei Dogen



"Traduzido do japonês medieval ao moderno por Kazuaki Tanahashi e Roshi Soichi Nakamura, do japonês moderno ao inglês por Kazuaki Tanahashi e Mel Weitsman, ao português por Fábio Rodrigues. Do japonês moderno ao inglês por Kazuaki Tanahashi e Mel Weitsman, ao português por Fábio Rodrigues."